domingo, 8 de janeiro de 2012

Pedaços de mim no chão

Pedaços de mim no chão

No espaço onde eu habitava não me encontro mais.
no mesmo lugar está um velho par de sapatos; 
roupas num canto, outras na parede penduradas.
na solidão conversam entre si em diálogos silenciosos; 
perguntam por mim. 
Mas não estou.
há tempos não me vêm, há tempos não saem; 
há tempos não me vestem; há tempos não me calçam os pés.
E não sabem onde estou.
É que sou feito do mesmo tecido que são feito os sonhos, 
e como não mais tenho sonhos, tampouco tenho vida; 
tampouco existo.
mas o que ainda há, são vestígios de mim. 
Entre a poeira e o mofo, 
o silêncio e a solidão, 
pedaços de mim no chão.

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